Como não existe o acaso, tudo tem razão de ser, está e existir. Existe a Lei de CAUSA e EFEITO criada por Deus. E quando algo dá errado, é nescessário refletir em que estamos contribuindo para tal, somos responsaveis pelas nossas escolhas e as consequências também. Reflita, asssista o vídeo abaixo!
Este espaço foi aberto para os colegas professores que desejam compartilhar reflexões acerca de temas tão pertinentes à nossa vivência/prática educativa, socializando idéias e sentimentos com o desejo de juntos encontrarmos soluções.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
CONTEXTUALIZAÇÃO NO APRENDER
Margarida Elisa Ehrhardt Ferreira[1]
Nas últimas décadas do século XX observamos a modificação
mundial no âmbito das suas diferentes organizações: social, econômica,
política, tecnológica, científica e cultural. Muitas descobertas científicas
trazem um expressivo desenvolvimento tecnológicoreorganizando a sociedade,
globalizando economia e permitindo a virtualidade que influencia diretamente
nosso cotidiano. Sendo assim, a robótica, a inteligência artificial, a
informática, a internet e o moderno sistema de telecomunicações alavancam as
áreas de conhecimento para uma nova roupagem evolutiva. Temos hoje um mundo
pragmatico, ideológico,tradicional , cultural e ao mesmo tempo transformador .
Um mundo de criações e registros , ondeatecnologia contemporâneabuscaconservare
transformar o que já existe.
Dentro deste contexto, as pessoas se organizam em grupose
estabelecem criações,relações e costumes, em diferentes áreas e são essas
relações e itens que compõe a sociedade humana que permitem a população
identificar-se enquanto grupo ou indivíduo.A culturaabarca todos estes fatores
que oferecem identidade ao grupo socialformado.
Auréliocoloca como conceito de cultura:
"O conjunto de características humanas que não são
inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e
cooperação entre indivíduos em sociedade."( Aurélio[2])
"O conjunto complexo dos códigos e padrões que
regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma
sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os
aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças,
instituições, valores espirituais, criações materiais, etc"(Aurélio)
Observamos que a cultura portanto engloba desde a linguagem
ao costumeao longoda história o que se diferencia da conceituação de
civilização que se restringe a" um conjunto de criaçõesde uma determinada
época da história ou determinado período de tempo" (Ávila[3] 1987).
Dentro de nossa sociedade muitas instituições
existem.Família e escola são organizações indissociáveis que contribuem para a
cultura e a formação humana.A Escola é responsável pela educação formal do
indivíduo e precisa sistematicamente se organizar e investir
institucionalmente. È necessário que se afirme enquanto espaço social de
construção de significados, constituídos de ações de cidadania .È necessário
ainda propiciar o domínio de recursos que levem ao diálogo consciente
partindoda leitura e do conhecimento, . A junção família e escola constroem
novas relações que vêm sendo estabelecidas tomando como referência os pilares
estabelecidos pela UNESCO: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a
ser, oferecendo ao aluno instrumentos para uma educação permanente.
A função da escola então, se estende além da construção do
conhecimento. Passa pelas relações, interações, pela comunidade escolar, gestão
democrática e pelo conhecimento em si, além de solicitar a organização dos
espaços e tempos de uma forma diferenciada do modelo tradicional. A Educação
atual pede uma postura de remodelação do professor com uma proposta mais
elaborada de trabalho, abortando ao máximo a proposta tradicional de ensino.
Abrimos as janelas para o sol do conhecimento, da tecnologia, da cooperação, da
interação, do diálogo podendofalar em nossa prática, das aprendizagens significativas
ede um currículo voltado para as competências.
Buscando um currículo com princípios pautados na
integralidade do conhecimento, na interdisciplinaridade e na contextualização é
necessário empreender esforços para desconstruir a concepção de currículo como
um plano de disciplinas fragmentadas e isoladas como tradicionalmente fomos
formados. È importante refletir que, o currículo para competências busca o
desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico, da compreensão dos
princípios científicos e tecnológicos, dos processos produtivos, destacando o
diálogo, a interação, a argumentação como aspectos fundamentais no processo de
formação do indivíduo. A mobilização dos recursos cognitivos, como saberes,
capacidades, informações dentre outros, para solucionar com propriedade e
eficácia diferentes situações designamos Competência, conceito desenvolvido por
Perrenoud[4] . Para a educaçãodentro desta ótica, visando como produto futuro o
trabalho, elecomplementa destacando a importância de treinar determinadas
habilidades/aptidões em etapas didáticas que se desenvolvem nas relações dos
saberes e da sua aplicação no cotidiano de forma reflexivae ao mesmo tempo
prática. A organização do currículo por competências sugere, portanto
a ruptura com o modelo tradicional.
DA ESCOLA UM NOVO HORIZONTE PARA O MUNDO
O que sei?
É um questionamento que o professor deve realizar sempre.
Será que tudo o que sei é suficiente para contemplar minhas necessidades
profissionais, em um mundo tecnológico?Acompanho com presteza as evoluções?Inclusive
a evolução da instituição escola, observando suas novas necessidades?
Que novas necessidades a escola precisa?
A escola precisa se modernizar. Precisa acompanhar a
evolução global, a interatividade mundial. Sua escola consegue interagir com o
mundo tecnologicamente e humanamente?
Quais estratégias são pensadas para sua evolução?
Buscar a qualificação para o trabalho em uma escola que
considera o aluno em seu conhecimento, sua cultura e suas possibilidades é o
primeiro passo.Pensar enquanto mediadores deste processo intenso que é de
aprender e ensinar è necessário refletir nosso papel ,já que buscamos formar
sujeitos conscientes e atuantes na sociedade brasileirae Nóvoa[5](2001) traz
uma colocação bastante interessante:
"O professor é um organizador de aprendizagens, de
aprendizagens viaos novos meios informáticos, por via dessas novas realidades
virtuais.(...) o professor como alguémque compreendee detém determinado
conhecimentoe é capaz de reelaborar o sentidoda sua transposição didática , como
agora se diz, no sentidoda sua capacidade de ensinara um grupo de alunos.(...)
as escolas valem o que vale a sociedade.Não podemos imaginar escolas
extraordinárias, espantosas, onde tudo funcionabem numa sociedade em que nada
funciona."
O autor coloca importância de desde já formarmos a
consciência cidadã, e por meio de nosso trabalho consigamos modificar o atual
cenário educacional que se encontra ainda em estado latentee absorto em um
mundo rápidoe vibrante fora dos espaços escolares.
Pensando em modificar esta situação, o professor precisa
conhecer as teorias educacionais para refletir sobre a sua práxis. Sim, teoria
e prática juntas visando o sucesso da aprendizagem, onde alguns princípios
devem ser lembrados:
História do aluno considerada no processo;
Autoconceito do aluno influenciando em sua capacidade de aprender;
Aprendizagens relevantes para a vida do aluno, articulando-se com conhecimentos
anteriores;
Motivação do aluno;
Aprendizagem vivenciada é duradoura;
Elogios como arma poderosa para a promoção da aprendizagem;
Promover a repetição se situações de aprendizagens de forma interessante;
Conhecimento dos erros para dar solidez à aprendizagem;
Identificação por parte do professor do modo como cada aluno se apropria do
conhecimento;
Aprender a aprender para a conquista da autonomia de continuar aprendendo.
Diálogo como elemento de construção de conhecimentos;
O professor atuando como um mediador do processo.
Escola não é apenas o espaço físico, que muitas vezes se torna sem atrativo,
com uma rotina e proposta educativa maçante. É necessário pensar quais os
objetivosa longo prazo a educação quer cumprir e as metas nestecenário.
Estes princípios permitem ao professor prioritariamente
buscar no currículo voltado para as competências onde as áreas de conhecimento
devem ser priorizadas. Nós professores o quanto mais visarmos estratégias de
trabalho interessantes estaremos cumprindo nosso objetivo: educação formal com
qualidade.
[1] Licenciada pelo UNICEUB em Pedagogia com habilitação em Magisterio
e Administração Escolar,;Especialista em EAD pela Faculdade SENAC ,
Professorade Educação Infantil e séries Iniciais do Ensino Fundamental desde
1990. Sua Experiência em Educação a Distância ,perpassa na área de tutoria e
como Orientadora de Aprendizagemno programa Um Salto para o Futuro ,IESB Já
desenvolveu ações de gestão escolar em direção de escola.Atualmente desenvolve
projetos relacionados a tecnologia educacional e inclusão digital e o
desenvolvimento de competências.Atua como pesquisadora pela OSCIP MEDIATECA
/UNBna área de inclusão digital voltada para a formação de professores e novas
metodologias.e-mail:guielisa@terra.com.br
[2] Dicionário eletrônico
[3] AVILA, Fernando Bastos de.Introdução à sociologia.Ed.Agir,1987
[4] Philippe Perrenoud é sociólogo suíço professor na
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de Genebra,
[5]NÓVOA, Antonio. O professor pesquisador e
reflexivo.Entrevista concedida ao programa Um Salto para o Futuro - TVE Brasil.
Disponível em: <http://tvebrasil.com.br/salto/entrevistas/antonio_novoa.htm>.
Acesso em: mar. 2007
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Refletindo sobre o Bullying
Bullyng é um problema sério vivenciado nas escolas, na Internet, etc. É preciso que fiquemos atentos, mas para isso é necessário conhecermos a gravidade do problema.Assista o vídeo abaixo!!!
Bullying: quando a escola não é um paraíso
Artigo - Bullying, o que é, suas causas, incidência na escola, atitudes a tomar e formas de prevenção.
Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, agressões físicas e psicológicas, repressão. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro inferno.
Gislaine, aluna do terceiro ano, de oito anos, estava faltando frequentemente à escola. Quando comparecia, chorava muito e não participava das aulas, alegando dores de cabeça e medo. Certo dia, alguns alunos procuraram a professora da turma dizendo que a garota estava sofrendo ameaças. Teria que dar suas roupas, sapatos e dinheiro para outra aluna, caso contrário apanharia e seria cortada com estilete.
Carlos, do sexto ano, foi vítima de alguns colegas por muito tempo, porque não gostava de futebol. Era ridicularizado constantemente, sendo chamado de gay nas aulas de educação física. Isso o ofendia sobremaneira, levando-o a abrigar pensamentos suicidas, mas antes queria encontrar uma arma e matar muitos dentro da escola.
Os casos descritos acima são reais e revelam a agressão sofrida por crianças dentro da escola, colhidos e narrados por Cleo Fante como parte de uma pesquisa sobre a violência nas escolas, publicados em seu livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Esses e muitos outros casos de agressões e violências entre os alunos desde as séries iniciais até o Ensino Médio, demonstram uma realidade assustadora que muitos desconhecem, ou não percebem, trazendo à tona a discussão sobre o fenômeno bullying, o grande vilão de toda essa história. Mas o que é? Quais as causas? Como prevenir?
Significado do termo
A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a valentão, tirano. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de brincadeiras maldosas e intimidadoras.
Desconhecimento e indiferença
Estudos indicam que as simples brincadeirinhas de mau gosto de
antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação
muito séria. Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios
transtornos de comportamento, responsáveis por índices de suicídios e
homicídios entre estudantes.
Mesmo sendo um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto,
pelo fato de as vítimas não terem coragem suficiente para uma possível
denúncia. Isso contribui com o desconhecimento e a indiferença sobre o
assunto por parte dos profissionais ligados à educação. Pode ser
manifestado em qualquer lugar onde existam relações interpessoais.
Consequências marcantes
As consequências afetam a todos, mas a vítima, principalmente a típica
(ver quadro), é a mais prejudicada, pois poderá sofrer os efeitos do seu
sofrimento silencioso por boa parte de sua vida. Desenvolve ou reforça
atitude de insegurança e dificuldade relacional, tornando-se uma pessoa
apática, retraída, indefesa aos ataques externos.
Muitas vezes, mesmo na vida adulta, é centro de gozações entre colegas
de trabalho ou familiares. Apresenta um autoconceito de menos valia e
considera-se inútil, descartável. Pode desencadear um quadro de
neuroses, como a fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, a
depender da intensidade dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao
suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio.
Em relação ao agressor, reproduz em suas futuras relações o modelo que sempre lhe trouxe resultados: o do mando-obediência pela força e agressão. É fechado à afetividade e tende à delinquência e à criminalidade.
Isso, de certa maneira, afeta toda a sociedade. Seja como agressor,
como vítima, ou até espectador, tais ações marcam, deixam cicatrizes
imperceptíveis em curto prazo. Dependendo do nível e intensidade da
experiência, causam frustrações e comportamentos desajustados, gerando,
até mesmo, atitudes sociopatas.
O papel da educação
A educação do jovem no século 21 tem se tornado algo muito difícil,
devido à ausência de modelos e de referenciais educacionais. Os pais de
ontem mostram-se perdidos na educação das crianças de hoje. Estão cada
vez mais ocupados com o trabalho e pouco tempo dispõem para dedicarem-se
à educação dos filhos. Esta, por sua vez, é delegada a outros, ou em
caso de famílias de menor poder aquisitivo, os filhos são entregues à
própria sorte.
Os pais não conseguem educar seus filhos emocionalmente e, tampouco,
sentem-se habilitados a resolver conflitos por meio do diálogo e da
negociação de regras. Optam muitas vezes pela arbitrariedade do não ou
pela permissividade do sim, não oferecendo nenhum referencial de
convivência pautado no diálogo, na compreensão, na tolerância, no limite
e no afeto.
A escola também tem se mostrado inabilitada a trabalhar com a
afetividade. Os alunos mostram-se agressivos, reproduzindo muitas vezes a
educação doméstica, seja por meio dos maus-tratos, do conformismo, da
exclusão ou da falta de limites revelados em suas relações
interpessoais.
Os professores não conseguem detectar os problemas e, muitas vezes,
também demonstram desgaste emocional com o resultado das várias
situações próprias do seu dia sobrecarregado de trabalhos e dos
conflitos em seu ambiente profissional. Muitas vezes, devido a isso,
alguns professores contribuem com o agravamento do quadro, rotulando com
apelidos pejorativos ou reagindo de forma agressiva ao comportamento
indisciplinado de alguns alunos.
O que a família pode fazer?
Não há receita eficaz de como educar filhos, pois cada família é um
mundo particular, com características peculiares. Mas, apesar dessa
constatação, não se pode cruzar os braços e deixar que as coisas
aconteçam, sem que os educadores (primeiros responsáveis pela educação e
orientação dos filhos e alunos) façam algo a respeito.
A educação pela e para a afetividade já é um bom começo. O exercício do
afeto entre os membros de uma família é prática primeira de toda
educação estruturada, que tem no diálogo o sustentáculo da relação
interpessoal. Além disso, a verdade e a confiabilidade são os demais
elementos necessários nessa relação entre pais e filhos. Os pais
precisam evitar atitudes de autoproteção em demasia, ou de descaso
referente aos filhos. A atenção em dose certa é elementar no processo
evolutivo e formativo do ser humano.
O que a escola pode fazer?
Em relação à escola, em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que
esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública.
Por isso, é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos
professores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar.
Sendo assim, deve atentar-se para sinais de violência, procurando
neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar
os espectadores em principais aliados.
Além disso, tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a
supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula
menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o
motivo. Também pode-se promover debates sobre as várias formas de
violência, respeito mútuo e a afetividade, tendo como foco as relações
humanas.
Mas tais assuntos precisam fazer parte da rotina da escola como ações
atitudinais e não apenas conceituais. De nada valerá falar sobre a não
violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos
agressivos, verbais ou não, contra seus alunos. Ou seja, procurar evitar
a velha política do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.
Ações exemplares
Há diversos exemplos claros de ação eficiente contra o bullying no espaço escolar. Uma delas é o programa Educar para a paz, criado e desenvolvido por Cleo Fante e equipe, que trabalha com estratégias de intervenção e prevenção contra a violência na escola. Além disso, também existem sites sobre o assunto como que visam a alertar e informar profissionais e pais no combate ao bullying. Destaca-se o trabalho da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente, com os sites: www.abrapia.org.br e www.bullying.com.br
Geane de Jesus Silva psicopedagoga, professora de Psicologia da Educação e coordenadora pedagógica, Jitaúna, BA. enaeg@hotmail.com
Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 364, março de 2006, páginas 2 e 3.
Características de bullying
-
Segundo Cleo Fante, no livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, os atos de bullying entre alunos apresentam determinadas características comuns:
• Comportamentos deliberados e danosos, produzidos de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima;
• Apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa da vítima;
• Não há motivos evidentes;
• Acontece de forma direta, por meio de agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences) e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger);
• De forma indireta, caracteriza-se pela disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando à discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.
Os protagonistas do bullying
-
A vítima pode ser classificada, segundo pesquisadores, em três tipos:
• Vítima típica: é pouco sociável, sofre repetidamente as consequências dos comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil, coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa autoestima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto verbalmente.
• Vítima provocadora: refere-se àquela que atrai e provoca reações agressivas contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora. É, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.
• Vítima agressora: reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de compensação procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso.
O agressor pode ser de ambos os sexos. Tem caráter violento e perverso, com poder de liderança, obtido por meio da força e da agressividade. Age sozinho ou em grupo. Geralmente é oriundo de família desestruturada, em que há parcial ou total ausência de afetividade. Apresenta aversão às normas; não aceita ser contrariado, geralmente está envolvido em atos de pequenos delitos, como roubo e/ou vandalismo. Seu desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura uma dificuldade de aprendizagem, já que muitos apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou acima da média.
Espectadores são alunos que adotam a lei do silêncio. Testemunham a tudo, mas não tomam partido, nem saem em defesa do agredido por medo de serem a próxima vítima. Também nesse grupo estão alguns alunos que não participam dos ataques, mas manifestam apoio ao agressor.
Como identificar os envolvidos?
-
De acordo com as indicações de Dan Olweus, psicólogo norueguês da Universidade de Bergen e importante pesquisador sobre o assunto, para que uma criança ou adolescente seja identificado como vítima ou agressor, pais e professores precisam ter atenção se o mesmo apresenta alguns comportamentos:
VÍTIMA
Na escola
• Durante o recreio está frequentemente isolado e separado do grupo, ou procura ficar próximo do professor ou de algum adulto;
• Na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se inseguro ou ansioso;
• Nos jogos em equipe é o último a ser escolhido;
• Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito;
• Desleixo gradual nas tarefas escolares;
• Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa rasgada, de forma não natural;
• Falta às aulas com certa frequência;
• Perde constantemente os seus pertences.Em casa
• Apresenta, com frequência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de estômago, tonturas, sobretudo de manhã;
• Muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação;
• Regressa da escola com as roupas rasgada ou sujas e com o material escolar danificado;
• Desleixo gradual nas tarefas escolares;
• Apresenta aspecto contrariado, triste, deprimido, aflito ou infeliz;
• Apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa;
• Apresenta desculpas para faltar às aulas;
• Raramente possui amigos, ou, se possui, são poucos os que compartilham seu tempo livre;
• Pede dinheiro extra à família ou furta;
• Apresenta gastos altos na cantina da escola.AGRESSOR
Na escola
• Faz brincadeira ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil;
• Coloca apelidos ou chama pelo nome e sobrenome dos colegas, de forma malsoante;
• Insulta, menospreza, ridiculariza, difama;
• Faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga;
• Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em discussões e desentendimentos;
• Pega materiais escolares, dinheiro, lanches e outros pertences dos outros colegas, sem consentimento.Em casa
• Regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade;
• Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com pais e irmãos, chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física;
• É habilidoso para sair-se bem em situações difíceis;
• Exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém;
• Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.
Bibliografia indicada
-
CONSTANTINI, Alessandro. Bullying, como combatê-lo? : prevenir e enfrentar a violência entre jovens. SP: Itália Nova editora, 2004.
CURY, A. J. Pais brilhantes, professores fascinantes. RJ: Sextante, 2003.
FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. rev. Campinas, SP: Verus editora, 2005.
TIBA, Içami. Quem ama, educa! SP: Gente, 2002.Retirado do endereço: http://www.mundojovem.com.br/artigos/bullying-quando-a-escola-nao-e-um-paraiso 25/06/2012 às 23Horas
domingo, 24 de junho de 2012
Como lidar com o aluno ” palhaço”
By Roseli Brito
Quase todas as classes tem um palhaço – aquele aluno que sempre faz
ou diz algo que chama a atenção para si mesmo. Determinado a ser o
centro das atenções, ele persiste com suas piadas ou respostas
inteligentes até que finalmente recebe a atenção que deseja. Em
situações extremas, o seu comportamento acaba incentivando outros alunos
a seguir seu exemplo e se envolverem em brincadeiras .
Embora outras crianças pensem que o palhaço da turma é engraçado –
e sua reação a ele muitas vezes reforça o seu comportamento – o
professor raramente vê esta situação como uma coisa engraçada. Isso
porque as palhaçadas muitas vezes interrompem a aula e interferem com
as lições. O palhaço da turma é perito em chamar a atenção dos outros
alunos impedindo a concentração nas atividades escolares. No processo,
ele muitas vezes não consegue fazer as suas próprias tarefas pois
utiliza o tempo para divertir a turma.
Repreensões muitas vezes têm pouco impacto sobre o palhaço da
turma. Com efeito, ele pode até desfrutar da atenção, mesmo que seja sob
a forma de um comentário negativo. Embora possa ser possível ignorar
algumas de suas travessuras menos perturbadoras, o Professor precisará
ser mais ágil e estar atento quando observar que os gracejos do palhaço
está desviando a atenção dos outros alunos.
O QUE VOCÊ PODE FAZER
Ter uma conversa cara-a-cara com o aluno. Levar o aluno de lado e
perguntar por que ele está agindo desta forma. Faça isso de uma maneira
calma, emocionalmente neutra – sem raiva ou sarcasmo – para que ele
sinta-se confortável falando com você. Deixe os comentários dele
orientar a sua resposta, o que pode incluir um simples apelo, da sua
parte, para que ele coopere com você, ajudando o aluno a entender que
seu comportamento interfere com o andamento da sala de aula e com o
aprendizado dos alunos. Deixe-o saber que há um tempo e lugar para
palhaçadas e suas aulas não são nem o tempo nem o lugar.
Desenvolver um sinal não-verbal para alertar o aluno quando o seu
comportamento cruzar a linha do aceitável. O aluno pode precisar de sua
orientação – talvez um sinal não-verbal simples – para desenvolver o
autocontrole e aprender quando parar. Fale com ele em particular e
decida sobre um sinal que será dado quando você observar que ele vai
aprontar. Algumas possibilidades incluem uma pausa enquanto estiver
falando, levantar as sobrancelhas, menear a cabeça. Talvez, ainda, seja
necessário dizer o nome dele para chamar sua atenção antes de sinalizar
a ele, entretanto não pare a aula para a repreendê-lo. A idéia é
fornecer um lembrete sem interromper o fluxo de sua lição.
Afaste o público do palhaço – O palhaço da turma, sentir-se-á
muito seguro se tiver outros alunos dando-lhe atenção. Você pode
reduzir o impacto das palhaçadas se conversar e conscientizar a turma
das consequências que essas interrupções estão acarretando para o
aprendizado deles. Encontre um momento em que o aluno esteja fora da
sala e converse brevemente com a turma, pedindo-lhes a cooperação para
não corresponderem às brincadeiras, gracejos e palhaçadas. Se os alunos
cooperam, certifique-se de fazer o mesmo e seguir em frente com as
lições e atividades do dia.
Fique perto do aluno. Se você já observa que o aluno que faz as
palhaçadas está fazendo mençao de levantar-se para fazer algo, procure
deslocar-se em sua direção. Não pare sua aula, se estiver explicando
algo, continue, porém, dirija-se até o aluno mantendo contato visual com
ele por um minuto ou dois. Sua presença, provavelmente, será suficiente
para acalmá-lo e dissuadí-lo. Em geral, deslocar-se de forma
imprevisível é uma excelente tática para ser utilizada durante as aulas.
Proporcione ao aluno atenção positiva. Se você concluir que o
comportamento do aluno que faz as palhaçadas é destinado a obter a sua
atenção ou dos colegas, procure oportunidades para prestar atenção
quando ele exibe um comportamento positivo ou apresenta bom desempenho
em suas tarefas. Assim, você encontra outras maneiras de destacar suas
realizações para a turma, focando a atenção para comportamentos
positivos, isso pode contribuir para que o aluno fique menos compelido a
utilizar de táticas inadequadas para chamar a atenção de forma
incorreta.
Identificar os momentos das palhaçadas. Observe as circunstâncias do
comportamento dos alunos. Preste atenção ao que acontece antes e depois
dos incidentes, quando estes geralmente ocorrem, e onde os alunos estão.
Você pode observar que suas travessuras são piores em determinados
momentos do dia – durante uma aula em particular, no dia que antecede as
provas, ou nos períodos de apresentação de seminários, por exemplo.
Reconhecer quando esse aluno está fazendo as palhaçadas pode levar você a
entender por que ele está fazendo isso. Ele poderia estar atuando
porque acha que as atividades são chatas, tediosas ou ainda difíceis.Ele
pode sentir-se confuso sobre o que fazer, ou porque tem dificuldade
de se concentrar por um período de tempo. Identificar a razão para esse
comportamento poderia sugerir a necessidade de ajustar o nível de
desafio das atividades, a duração ou o modo de apresentar as lições.
Palco Dirigido – As palhaçadas só são negativas quando atrapalham a aula
e provocam situações de indisciplina e desordem, e isso ocorre quando o
aluno palhaço está no controle. Porém há uma outra maneira do Professor
assumir esta posição: assumindo o controle de quando ocorrerão os
momentos de “ palco” , ou seja, aqueles momentos onde serão permitidos
mais livremente, as brincadeiras e colocações humorísticas. Para isso o
Professor deve selecionar atividades em que os alunos, e neste caso,
todos os alunos, terão o seu momento de exibição e expressão e isso é
possível em qualquer disciplina e com qualquer conteúdo.
Considere aplicar as conseqüências. Se o problema persistir, dar ao
estudante um aviso e, em seguida, fornecer uma conseqüência. Algumas
medidas disciplinares possíveis incluem perder parte do intervalo ,
perder um privilégio ou desenvolver algum serviço voluntário dentro da
Escola, tudo previamente definido com Coordenação/Direção e notifcado
aos Pais e Alunos no início do ano.
Indisciplina na Sala de Aula
Os 5 Erros que os Professores Cometem e como Evitá-los
By Roseli Brito
É
muito estressante e até emocionalmente doloroso lidar com a ansiedade de
ter de enfrentar, todos os dias, uma turma que você não está certa de
poder controlar. O que , de fato, é realmente frustrante nesta situação
é: ter responsabilidades a cumprir e não ter as devidas ferramentas para
fazer isso.
Lembro bem
no início da minha carreira, o sentimento de incapacidade que eu
sentia, antes de descobrir as ferramentas certas para combater a
indisciplina na sala de aula. Você se sente insegura, chegando a
duvidar da sua competência enquanto Professor. É frustração, misturado
com raiva e impotência. É inclusive esse conjunto de sentimentos
negativos que levam muitos Professores a desistirem da profissão.
O triste
de tudo isso é que, muitos que desistem prosseguem acreditando que
falharam na profissão, enquanto que a verdade é que não tinham
ferramentas apropriadas para lidar com a questão.
Nos bancos
das Universidades ninguém toca nesta questão parece que a única coisa
que o Professor tem de fazer é entrar na sala e “dar” aula. Ninguém
fala da falta de educação e desrespeito, ninguém comenta sobre a
indisciplina ou violência, ninguém aborda a falta de limites e muito
menos, sequer sugere o que fazer quando a situação não está no nosso
“script”, chamado Plano de Aula.
Em um
roteiro quando é produzido um filme ou peça de teatro, há um “script”, e
tudo deve ser feito conforme está escrito e determinado lá. Mas, e na
sala de aula, quando nosso “script” não dá conta do nosso dia a dia? O
que fazer então ?
Para ser
honesta, sempre parecia que todos a minha volta queriam mais era que eu
perdesse essa batalha, pois viviam alertando-me acerca do que os pais
iriam dizer ou fazer. Na verdade todos estavam mais preocupados em não
perder os alunos ou ainda não provocarem a ira dos pais, do que
oferecer o apoio que eu precisava.
Aprendi
às duras penas, que tudo o que haviam dito a respeito de como
disciplinar os alunos estava errado pois não funcionava. Na verdade, a
única coisa que eu precisava era que os alunos fossem 100% respeitosos,
fizessem as tarefas, e prestassem atenção todas as vezes.
Assim, não
importasse a classe social do aluno, seu histórico de comportamento,
seu nível de socialização. Uma vez que esse aluno entrasse na minha sala
de aula, ele deveria dar conta de suas responsabilidades e cumprir suas
tarefas. Há muitos anos atrás esta afirmação já era utópica, no
entanto ainda hoje, para muitos ela ainda é um “delírio” impossível de
alcançar.
Hoje é
sabido, que mesmo a pior turma, e ainda que a escola esteja localizada
em um meio hostil, este objetivo pode ser alcançado. Não ocorrerá do dia
para a noite, será preciso esforço, paciência e principalmente
persistência.
A “mágica”
ocorre quando você descobre e utiliza as ferramentas e estratégias
apropriadas que tornam todos os alunos mais responsáveis e aplicados. Ao
ter em mãos essas novas ferramentas a sua sala de aula sofre uma
transformação porque o seu jeito de dar aula também muda.
Constatei
ao longo da minha carreira que a indisciplina ocorre por uma série de
fatores, porém alguns desses fatores era eu mesma que provocava. Isso
mesmo ! Não estou aqui eximindo a parte que cabe a família, ao gestor,
ao governo, aos astros, seja lá quem for que você queira transferir a
culpa, o fato é que tive de dar a mão a palmatória, descer do salto,
humildemente reconhecer esse fato e procurar consertar o que era a
minha responsabilidade fazer.
Veja
abaixo os 5 grandes erros que eu cometia e, infelizmente, muitos
Professores estão cometendo, talvez até você, inconscientemente, também
esteja. Por isso é hora de rever sua prática em cada um dos itens
abaixo:
- Erro no. 1: Disciplinar toda a sala de uma só vez
- Erro no. 2: Bater boca com o aluno, ao invés de dar a direção do que fazer
- Erro no. 3: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e …….não cumprir
- Erro no. 4: Uso de linguagem não verbal de forma inadequada
- Erro no. 5: Aula chata do começo ao fim
Categories : Disciplina na sala de aula, Relacionamento Professor e Aluno
Sete motivos para um professor criar um blog
A intenção é trazer para cá algumas das ideias
que a gente vê perdidas pelo mundo — real ou virtual
(Blog de Nelson Vasconcelos)
que a gente vê perdidas pelo mundo — real ou virtual
(Blog de Nelson Vasconcelos)
Nesse mundo da tecnologia, inventam-se tantas novidades que realmente
é difícil acompanhar todas as possibilidades de trabalho que elas abrem
para um professor. Recentemente, surgiu mais uma: o blog.
Mas o que vem a ser isso? Trata-se de um site cujo dono usa para
fazer registros diários, que podem ser comentados por pessoas em geral
ou grupos específicos que utilizam a Internet. Em comparação com um site
comum, oferece muito mais possibilidades de interação, pois cada post
(texto publicado) pode ser comentado. Comparando-se com um fórum, a
discussão, no blog, fica mais centrada nos tópicos sugeridos por quem
gerencia a página e, nele, é visualmente mais fácil ir incluindo novos
temas de discussão com frequência para serem comentados.
Esse gênero foi rapidamente assimilado por jovens e adultos do mundo
inteiro, em versões pessoais ou profissionais. A novidade é tão recente;
e o sucesso, tamanho, que em seis anos, desde o início de sua
existência, em 1999, o buscador Google passou a indicar 114 milhões de
referências quando se solicita a pesquisa pelo termo “blog”, e, só no
Brasil, aparecem 835 mil resultados hoje.
No mundo acadêmico, por sua vez, esse conceito ainda é praticamente
desconhecido. O banco de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) não apresenta nenhuma referência
sobre o tema e, mesmo em buscas internacionais, são pouquíssimos os
trabalhos a respeito do que se pode fazer com um blog nas escolas. Todas
as referências encontradas estão no pé deste artigo.
Não é à toa que tantos jovens e adultos começaram a se divertir
publicando suas reflexões e sua rotina e que tantos profissionais, como
jornalistas e professores, começaram a entrar em contato com seu público
e seus alunos usando esse meio de comunicação. No blog, tudo acontece
de uma maneira bastante intuitiva; e não é porque a academia ainda não
disse ao professor que ele pode usar um blog que essa forma de
comunicação deve ser deixada de lado. Com esse recurso, o educador tem
um enorme espaço para explorar uma nova maneira de se comunicar com seus
alunos. Vejamos sete motivos pelos quais um professor deveria, de fato,
criar um blog.
1- É divertidoÉ sempre necessário termos um motivo genuíno para fazer algo e, realmente, não há nada que legitime mais uma atividade que o fato de ela ser divertida. Um blog é criado assim: pensou, escreveu. E depois os outros comentam. Rapidamente, o professor vira autor e, ainda por cima, tem o privilégio de ver a reação de seus leitores. Como os blogs costumam ter uma linguagem bem cotidiana, bem gostosa de escrever e de ler, não há compromisso nem necessidade de textos longos, apesar de eles não serem proibidos. Como também é possível inserir imagens nos blogs, o educador tem uma excelente oportunidade de explorar essa linguagem tão atraente para qualquer leitor, o que aumenta ainda mais a diversão. O professor, como qualquer “blogueiro”, rapidamente descobrirá a magia da repercussão de suas palavras digitais e das imagens selecionadas (ou criadas). É possível até que fique “viciado” em fazer posts e ler comentários.
2- Aproxima professor e alunosCom o hábito de escrever e ter seu texto lido e comentado, não é preciso dizer que se cria um excelente canal de comunicação com os alunos, tantas vezes tão distantes. Além de trocar ideias com a turma, o que é um hábito extremamente saudável para a formação dos estudantes, no blog, o professor faz isso em um meio conhecido por eles, pois muitos costumam se comunicar por meio de seus blogs. Já pensou se eles puderem se comunicar com o seu professor dessa maneira? O professor “blogueiro” certamente se torna um ser mais próximo deles. Talvez, digital, o professor pareça até mais humano.
3- Permite refletir sobre suas colocaçõesO aspecto mais saudável do blog, e talvez o mais encantador, é que os posts sempre podem ser comentados. Com isso, o professor, como qualquer “blogueiro”, tem inúmeras oportunidades de refletir sobre as suas colocações, o que só lhe trará crescimento pessoal e profissional. A primeira reação de quem passou a vida acreditando que diários devem ser trancados com cadeado, ao compreender o que é um blog, deve ser de horror: “O quê? Diários agora são públicos?”. Mas pensemos por outro lado: que oportunidade maravilhosa poder descobrir o que os outros acham do que dizemos e perceber se as pessoas compreendem o que escrevemos do mesmo modo que nós! Desse modo, podemos refinar o discurso, descobrir o que causa polêmica e o que precisa ser mais bem explicado ao leitor. O professor “blogueiro” certamente começa a refletir mais sobre suas próprias opiniões, o que é uma das práticas mais desejáveis para um mestre em tempos em que se acredita que a construção do conhecimento se dá pelo diálogo.
4- Liga o professor ao mundoConectado à modernidade tecnológica e a uma nova maneira de se comunicar com os alunos, o educador também vai acabar conectando-se ainda mais ao mundo em que vive. Isso ocorre concretamente nos blogs por meio dos links (que significam “elos”, em inglês) que ele é convidado a inserir em seu espaço. Os blogs mais modernos reservam espaços para links, e logo o professor “blogueiro” acabará por dar algumas sugestões ali. Ao indicar um link, o professor se conecta ao mundo, pois muito provavelmente deve ter feito uma ou várias pesquisas para descobrir o que lhe interessava. Com essa prática, acaba descobrindo uma novidade ou outra e tornando-se uma pessoa ainda mais interessante. Além disso, o blog será um instrumento para conectar o leitor a fontes de consulta provavelmente interessantes. E assim estamos todos conectados: professor, seus colegas, alunos e mundo.
5- Amplia a aulaNão é preciso dizer que, com tanta conexão possibilitada por um blog, o professor consegue ampliar sua aula. Aquilo que não foi debatido nos 45 minutos que ele tinha reservados para si na escola pode ser explorado com maior profundidade em outro tempo e espaço. Alunos interessados podem aproveitar a oportunidade para pensar mais um pouco sobre o tema, o que nunca faz mal a ninguém. Mesmo que não caia na prova.
6- Permite trocar experiências com colegasCom um recurso tão divertido em mãos, também é possível que os colegas professores entrem nos blogs uns dos outros. Essa troca de experiências e de reflexões certamente será muito rica. Em um ambiente onde a comunicação entre pares é tão entrecortada e limitada pela disponibilidade de tempo, até professores de turnos, unidades e mesmo escolas diferentes poderão aprender uns com os outros. E tudo isso, muitas vezes, sem a pressão de estarem ali por obrigação. (É claro que os blogs mais divertidos serão os mais visitados. E não precisamos confundir diversão com falta de seriedade profissional.)
7-Torna o trabalho visívelPor fim, para quem gosta de um pouco de publicidade, nada mais interessante que saber que tudo o que é publicado (até mesmo os comentários) no blog fica disponível para quem quiser ver. O professor que possui um blog tem mais possibilidade de ser visto, comentado e conhecido por seu trabalho e suas reflexões. Por que não experimentar a fama pelo menos por algum tempo?
Antes de fazer seu próprio blog, vale a pena consultar as realizações
de algumas pessoas comuns ou dos mais variados profissionais. Faça uma
busca livre pela Internet para descobrir o que se faz nos blogs pelo
mundo afora e (re)invente o seu!
Referências bibliográficas:
KOMESU, Fabiana Cristina. Blogs e as práticas de escrita sobre si na
Internet. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos. Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
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